A coluna vertebral é formada por quatro regiões, cada uma com um conjunto de vertebras:
Elas formam uma estrutura complexa, com várias áreas anatômicas e regiões nobres protegidas.
A coluna lombar é formada por cinco vértebras lombares, chamadas de L1, L2, L3, L4 e L5 que juntas formam a curvatura chamada lordose (parte afundada nas costas).
Essa é uma região que suporta a maior carga entre as vértebras, por isso é o segmento mais acometido de toda a coluna vertebral. Essa região da coluna está relacionada tanto à mobilidade quanto à força. Permite movimentos de rodar, girar ou abaixar-se, além de ficar em pé, andar, levantar e carregar coisas.
Nossa postura está diretamente relacionada à saúde da coluna lombar. O seu funcionamento apropriado é essencial para quase todas as atividades que desempenhamos no nosso dia a dia. Dores nessa região podem restringir as atividades, reduzir a capacidade de trabalho e a qualidade de vida.
A hérnia de disco lombar é a principal causa de dor lombar associada a ciatalgia (irradiação pelos membros inferiores), com uma incidência anual de 5 casos por mil pessoas. Dessa forma, em pessoas com idade superior a 30 anos, mais da metade já apresentaram dor lombar importante. Atualmente, a hérnia discal lombar é a condição que mais leva à cirurgia de coluna, principalmente em homens por volta dos 40 anos de idade. Essa hérnia pode levar a compressão das raízes do nervo ciático e até ao cone medular, que em casos mais graves podem causar a Síndrome da Cauda Equina.
Já a hérnia de disco cervical consiste em um deslocamento de parte do disco intervertebral nos segmentos da coluna cervical, compreendido entre as vertebras de C2 até a vertebra de T1. Nesse segmento, passam tanto as raízes motoras e sensitivas para os membros superiores como a medula. Hérnias de disco nesse local, podem levar à compressão dessas estruturas e devem ser avaliadas com brevidade pelo médico especialista. O local mais comum para o surgimento de hérnia de disco cervical é entre as vértebras C6 e C7.
O que é hérnia de disco?
O disco intervertebral é uma estrutura que fica no espaço entre duas vertebras. Ele é composto pelo núcleo pulposo, anel fibroso e pelo plateau vertebral formado pela cartilagem onde o disco se insere. Tem, pela sua estrutura, o papel de amortecedor entre os corpos vertebrais.
A hérnia de disco é um acometimento desse disco intervertebral que lesiona e rompe-se para o exterior. Esta afecção ocorre com mais frequência na parte baixa ou lombar das costas, ou na região da nuca (cervical). É uma das causas mais comuns de dor lombar e de dor na perna (dor ciática ou ciatalgia).
O disco intervertebral está sujeito a suportar as forças de compressão, cisalhamento, flexão e extensão e de rotação. O movimento e a força que o disco pior tolera são o torque axial, principalmente quando este está associado à força de compressão. Esses mecanismos, à medida que se repetem, desencadeiam a degeneração do núcleo pulposo, que vai desidratar.
Quando a degeneração do núcleo pulposo estiver acompanhada da erosão do anel fibroso, teremos então a ruptura interna do disco. A fissura do anel fibroso, se segue o prolapso distal, estágio em que o ligamento longitudinal posterior continua íntegro. Se esse ligamento romper e o núcleo pulposo degenerado migrar para dentro do canal vertebral, teremos a hérnia extrusa.
Quando um fragmento migra dentro do canal, para cima, para baixo ou para o interior do forâmen, tem-se a hérnia sequestrada.
Esta evolução poderá ocorrer de forma sintomática ou assintomática. Muitos pacientes são submetidos a primeira ressonância magnética e demonstram ter hérnia de disco, mesmo volumosa, sem ter tido jamais dor lombar ou ciatalgia.
As estatísticas apontam que mais de 80% das pessoas já tiveram ou terão um episódio de dor lombar em algum momento de suas vidas e dentre estas, 10 a 30% apresentam lombalgia ou ciatalgia devido à hérnia de disco.
A principal função do disco é absorver o impacto e permitir a mobilidade entre uma vértebra e outra. Em alguns casos, esses discos desgastam-se com o tempo, com o uso repetitivo ou inadequado ou, ainda, predisposição genética. São durante essas situações que as hérnias de disco ocorrem.
Além disso, quando há um excesso de pressão nessa área, o disco é empurrado na direção de uma raiz nervosa. E ao tocá-la e pressioná-la desencadeia uma dor que se irradia para uma ou para ambas as pernas (dor ciática). O diagnóstico pode ser confirmado por exames de imagem como a ressonância magnética.
A dor é o sinal mais significativo do problema, porém há características e outros sintomas da hérnia de disco cervical e lombar, veja:
A diferença sintomática entre a hérnia na região cervical e lombar é justamente a localização da dor, de forma que a cervical apresenta uma variedade de sintomas na região do pescoço, ombros, braços, mãos e dedos. O padrão de dor irá depender principalmente da localização do disco herniado.
O médico especialista irá avaliar o histórico do paciente, irá realizar o exame clínico e solicitar alguns exames eue irão auxiliar no diagnóstico, como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou eletroneuromiografia.
Depois de confirmado o diagnóstico de hérnia de disco, são receitados alguns cuidados ao paciente. Normalmente é prescrito repouso por um curto período, além de medicamentos para aliviar a dor e sessões de RPG, acupuntura e fisioterapia.
Uma pequena parcela dos pacientes precisa de procedimentos mais invasivos, como injeções de esteroides ou cirurgia.
Os bloqueios lombares são eficazes para controlar a dor por meses, além de reduzir o inchaço causado pela hérnia de disco e aliviar os sintomas. A fisioterapia é uma reabilitação feita após o tratamento medicamentoso e o período de repouso.
Os pacientes em tratamento serão orientados sobre o que fazer para minimizar as dores causadas pela hérnia de disco. Serão prescritos exercícios e posições adequadas, que causam alívio do sintoma.
Em último caso, quando todos os itens acima foram testados e não houve melhora, a cirurgia é o recurso. Ela se aplica a casos muito específicos. Esta decisão será tomada em conjunto pelo médico especialista e pelo paciente, com todas as informações necessárias.