Câncer na coluna: quando o sinal de alerta deve ser ligado?

A dor na coluna é um sintoma muito comum, pesquisa do Ministério da Saúde revela que 18,5% da população adulta no Brasil sofre com esta dor crônica. Mas quando o sinal de alerta sobre a possibilidade de um câncer na coluna deve ser ligado?

O sintoma mais importante, e que exige atenção é a dor noturna, que não alivia com a medicação e evolui com piora progressiva não relacionada à atividade física. Fadiga, perda de peso, alterações da força muscular, atrofia do membro e dificuldade de andar acompanham o quadro. Quando a dor está associada a sintomas neurológicos como perda do controle bexiga, intestino e déficit motor, uma avaliação mais profunda é necessária.

É comum que processos de metástase, relacionados a tumores em outros órgãos do corpo, atinjam o esqueleto e, por consequência, a coluna vertebral. O médico ortopedista e especialista em cirurgia de coluna Thiago Matos, explica que “a metástase óssea é comum em função da drenagem venosa, principalmente nos tumores de mama e de próstata que são os mais comuns. A drenagem venosa passa pelo osso e por isso o câncer tem facilidade para ser disseminado no esqueleto, em especial na coluna vertebral, no caso de câncer de mama na coluna torácica e no caso de câncer de próstata na coluna lombar e sacral. Mas é sempre bom lembrar que o osso não é o principal local de metástase, os principais são fígado e pulmão”.

Grave e urgente

A metástase óssea na coluna é potencialmente grave e pode gerar a Síndrome de Compressão Medular (SCM). Ela pode ser causada pelo colapso de uma vértebra da coluna quando é invadida por um tumor ou quando esse tumor comprime diretamente a vértebra.

Isto ocorre em 5 a 10% dos pacientes adultos com câncer ao longo da trajetória da doença e requer atendimento em regime de emergência para que o médico inicie o tratamento. O ideal é que, a partir do momento em que o diagnóstico é realizado, a terapia escolhida seja iniciada em menos de 24 horas.

Mas há também os cânceres primários da coluna, os que surgem originalmente lá. Estes são bem mais raros, estima-se que sejam apenas 10% de todos os tumores espinais. Não se conhece a causa dos tumores originários na coluna, então não há muito o que se fazer como medida de prevenção. Para quem tem casos na família, no entanto, é recomendável manter um acompanhamento médico mais frequente, a fim de rastrear lesões suspeitas ainda no começo.

Quem já teve um câncer curado em algum outro órgão, principalmente em mama, pulmão, rim, próstata e tireoide, não deve deixar de fazer as consultas e os exames de rotina, nos intervalos estabelecidos pelo oncologista. Esse cuidado não evita o surgimento de novos focos, mas torna possível identificar qualquer alteração ainda em seu estágio inicial.

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